Você já ouviu falar desse método?
Criado por um dos grandes nomes mundiais da pedagogia, o educador Paulo freire que via a educação como formação de consciência.
O método consiste numa proposta de alfabetização para adultos, que se opoem ao sistema tradicional que utilizava a cartilha como ferramenta central da didatíca para o ensino da leitura e da escrita.
O método se utilizada da vivencia do aluno e da comunidade onde vive para educar.
Através de conversas informais, o professor observa as palavras mais usadas pelos alunos e a comunidade, e assim seleciona as palavras que servirão de base. A quantidade de palavras geradoras (como são chamadas as palavras usadas como base do aprendizado) podem variar entre 18 a 23. Depois de composto o universo das palavras geradoras, elas são apresentadas em cartazes com imagens. Então, nos círculos de cultura inicia-se uma discussão para identifica-las na realidade daquela comunidade.
Depois desse processo de encontrar as palavras, elas se desdobram cada uma em seu grupo silabico e começam os avanços com a entrada de novas palavras.
O ponto que mais difere do método tradicional é a discussão, pois para Paulo Freire, alfabetizar não pode se restringir aos processos de codificação e decodificação de palavras. E sim em um modo de promover a conscientização a acerca dos problemas cotidianos, a compreensão do mundo e o conhecimento da realidade social. Em um modo de inclusão. “A liberdade de consciência é o direito mais essencial e o mais inalienável de que o homem pode fruir e os soberanos devem considerá-lo o mais inviolável” Pierre Bayle filosofo francês.
Bom eu confesso que conheci o método há pouco tempo, em uma palestra que vi do cartunista Claudius no ano de 2007 , ele falou bastante sobre o Paulo Freire e sobre a educomunicação.
Mais tarde neste ano de 2008 tive a oportunidade de conhecer o professor Luiz Barco que me falou mais sobre o assunto, inclusive me contou que já aplicou o método.
Barco me disse que alguns anos atrás juntou algumas de suas alunas da USP e foram aplicar o método em uma penitenciaria feminina. E segundo ele, eles não tiveram duvida na hora da escolha da palavra geradora. Tinha que ser Liberdade.
A tentativa foi um fracasso e depois de se lamentar muito ele teve uma conversa com uma detenta que lhe disse “Sabe qual é o problema aqui, a maioria não tem nada lá fora, não tem família, amigos ou se quer um lugar pra voltar, o sr. acha mesmo que a palavra é liberdade?” Então ele pensou muito, muito mesmo e chegou a conclusão que a palavra era esperança. Desse momento em diante o aprendizado fluiu e foi um sucesso.
Desde que o Barco me contou essa historia fiquei muito pensativa e comecei a entender que a única forma de termos um país mais justo é dando liberdade de consciência a todos de forma que possam pensar e não serem mais manipulados. Pois só a educação constrói.
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