quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Cotas nas Universidades


Este ano no13/05 comemorou-se os 120 anos da Abolição da Escravatura e hoje uma das questões mais discutidas é a cota para negros nas universidades.
Existem aqueles que são totalmente contra, outros são a favor e o governo se divide. Todos tem teses e bons argumentos, mas as vezes eu me pergunto. Quem realmente está certo?
As cotas são uma medida emergencial, elas não são e acredito que nem tem a pretensão de ser uma solução para a desigualdade no país.
Os defensores das cotas concordam que o sistema não é uma solução definitiva. A maioria dos programas é temporária, como uma medida emergencial.
Daí muitos dizem, "mas o certo não seria dar cota para os alunos da escola pública?" Mas onde estão a maioria dos negros? Se não na escola pública.
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) 22 milhões de brasileiros que vivem abaixo da linha de pobreza, 70% deles são negros; entre os 53 milhões de pobres do país, 63% são negros. Então a política de cotas para os carentes beneficiaria principalmente a população negra. " O negro deixou a senzala para morar na favela" disse ministro da igualdade racial Edson Santos em evento no dia 12/05 na Universidade da cidadania Zumbi dos Palmares.

O ministro da Educação, Cristovam Buarque, reconhece que o sistema de cotas não é ideal, mas apóia a medida até que o ensino público tenha condições de preparar melhor os estudantes. Sim a solução é consertar a escola base para que todos possam ter a chante de competir de igual para igual, mas isso só daria resultado daqui há uns quinze, vinte anos.
Daí eu pergunto e essa galera que está aqui agora?Que só quer uma chance de estudar e provar que são capazes. Eles vão ter que fazer como seus pais fizeram, esperar para que a próxima geração consiga o que eles não conseguiram. Uma pesquisa realizada pelos professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro mostra que 97% dos atuais universitários brasileiros são brancos, contra 2% de negros e 1% de amarelos.
Sem a chance de ter um diploma universitário o negro não chega a cargos de chefia e de liderança. Agora te faço uma pergunta: Quantos negros você conhece com cargos de liderança? Ou melhor quantos negros universitarios você conhece?"E é exatamente assim que caminhamos, quando assistimos algumas pessoas lutarem contra uma vitoria, contra o acerto de uma injustiça.
Pois o Brasil foi o ultimo país a liberar os negros e ao contario dos outros paises não deu estrutura nenhuma para que eles podecem viver após a aboliçaõ" avalia a estudante de Educação Física Alessandra Souza."Precisamos vivenciar uma nova extinção da escravatura, que transcenda o corpo da lei e faça prevalecer o seu espírito. Uma libertação que não fique só no papel, mas que conquiste também as consciências" disse Gilberto Gil para edição de Maio 2008 do Le Monde Diplomatique Brasil.
Fontes: UniPalmares, UERJ, IPEA e Le Monde Diplomatique Brasil.

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Quem sou eu: @danidanidanee

Jornalista em formação.